Blog do JM

19 maio, 2006

DIÁRIO DA ÍNDIA - Parte III: Gaya, Bodhgaya e Calcutá

12/01/06 - Rumo a Bodhgaya

Acordo bem melhor do resfriado. Estou mais disposto para seguir para Gaya e, de lá, para a pequena Bodhgaya, a cidade do Mahabodhi Templo, uma estupa erguida junto à Bodh Tree, a Árvore da Iuminação,onde o príncipe Sidarta tornou-se Buda após profunda meditação. O embarque será na estacão de Mughal Sarai , do outro lado do Ganges e a 17 quilômetros de Varanasi. É uma estacão quase limpa, com lojinhas, lanchonetes, tudo mais organizado que na estação do centro de Varanasi. Decido ir ate lá no velho Ambassador, o carro que é um símbolo da India. Pago 300 rúpias, o dobro do que pagaria num riquixá. Mas acontece um imprevisto que, como veremos, so iria me beneficiar.

Na estacao, penso que por ter chegado muito cedo, me desligo. Compro uma maçã, lavo bem, como e entro em relax num banco da plataforma. De repente, uma mulher que parece missionária americana, vem apressadamente em minha direção e diz: “Você está esperando o trem para o Gaya?” Balanco a cabeça e antes que disesse qualquer coisa, a mulher desaparece. Olho para o meu relógio e decido saber do inspetor se o trem está no horario, pois faltavam 10 minutos para a partida e ele ainda não chegara. Então, o inspetor me surpreeende respondendo que o trem já passara há 1 hora! Confiro o meu bilhete. Eu me enganara.

O inspetor, um senhor gordo, pede então que eu cruze a passarela e vá até o outro lado para obter a devolução do dinheiro da passagem e adquirir outra. Ele ajudaria colocando-me em um outro trem.Faço isso mas tenho de enfrentar três filas. Não há Bureau de Estrangeiro em Mughal Sarai. Na primeira,me devolvem o dinheiro (menos 15% de multa). Na segunda é para saber se há algum trem atrasado em direção a Gaya, a fim de eu poder levar a informação a outro guichê onde, finalmente, compraria uma nova passagem. Cometo outro erro. Levo a informaçãoo, mas não especifico que desejo um bilhete de primeira classe. O cara me vende uma para o vagão geral, pago apenas a décima parte do preço e estou satisfeito, pois quero mesmo é embarcar.

Faltando 5 minutos para o trem chegar, o inspetor reaparece com um homem portando um talãozinho e me pergunta se eu quero trocar o bilhete popular por um lugar na primeira classe. Aceito. Pago mais 400 rúpias. E o inspetor me arrebata outras 100 rupias que continuei segurando, exatamente para gratificá-lo. Depois, enquanto caminhamos para o vagão, vejo que ele discretamente divide a gorjeta com o cara do talãozinho. Ele entra comigo no trem e me instala numa cama. Um indiano nervoso que está na cabine pergunta se eu aceitaria trocar de lugar com um parente seu, que esta duas cabines atrás. Aceito. Meus companheiros agora são um casal que me olha de um jeito estranho, o homem reclama para o fiscal do trem quando vê que eu não tenho passagem comprada com antecedência e estou numa cama que ele poderia ocupar, ao lado da esposa. Mas ao longo do caminho, começamos a conversar e as coisas mudaram.

Falo sobre hinduismo. A mulher, adora. Ele se abre. Canto mantras. Isso sempre abre um sorriso nos lábios dos indianos. Descubro que são devotos de Sai Baba e eles me mostram um calendário de bolso com a foto do guru. Enfim, nos tornamos amigos. O Sr. Laksham, de 65 anos, e sua mulher de 60, me convidam para ficar em sua casa, em Puri, na próxima viagem a India. Trocamos cartões, vai me escrever. Ele foi funcionário de uma empresa Americana (fabrica aco), tem filhos e netos. Falamos sobre familia, Brasil, economia, espiritualidade. Quando o trem para em Gaya, ele gentilmente me conduz até a porta do vagão. Os indianos sãoo muito simpáticos com todos mas sinto que têm uma simpatia especial por mim. Em primeiro lugar, todos dizem que pareco indiano. O fato de ser brasileiro também desperta simpatia nas pessoas. E o fato de eu saber conversar um pouco sobre hinduismo e entoar alguns mantras deixa tudo mais facil. Estou em casa.

Na viagem a Gaya,finalmente vejo uma paisagem exuberante, após ter deixado o Norte da India (Rishikesh). A monotonia de uma planície empoeirada é quebrada pelo visual do grande rio Son. Chego em Gaya as 5h da tarde e, como aqui naã ha nada para ver, opto por descansar esta noite no Siddharta Hotel, o melhor da cidade. Guarda um luxo do passado, meio decadente, mas bem organizado, calefação, restaurante requintado, mas água quente só no balde. Noite repousante. Cidade na escuridao. Mas de 5 blecautes até eu adormecer.

13/01/06 – Sob a árvore de Buda

Estou em Bodhgaya, a 13 quilômetros de Gaya, digitando estas anotações em frente ao Mahabodi Temple, que visitei nesta tarde. Vim num riquixá apertado, improvisdado como uma pequena camioneta, movida por um motor de lambreta! Mais de 10 pessoas, como numa lata de sardinha. Insisti para trazer minha bagagem comigo e não no bagageiro inseguro. Bodhgaya é um santuário budista, venerado também pelos hinduistas, que veem Buda como uma encarnacao de Vishnu. Hoje assisti a uma linda celebração junto à Bodhy Tree, a arvore sob a qual, há 2500 anos, Buda alcancou a iluminacao. Milhares de monges (muitos jovens) sentandos em posicao de lotus, no imenso jardim, entoando o famoso mantra Om Mani Padma Hum, um grande espetáculo espiirtual.

Na entrada do templo paguei 20 rupias e aceitei os serviços de um rapaz sorridente e muito prestativo, Habi, que foi meu guia na área do templo e ajudou-me nas fotografias. Os budistas são mais harmônicos, silenciosos, seus ritos não têm a barulheira do hinduismo (lindos também). Mas os hindus estão aqui e,enquanto os monges entoavam mantras,numa solenidade de reflexão sobre a impermanência de todas as coisas,(foto abaixo, à esquerda) um grupo de hindus recitavam versos do Bagavad Gita e preparavam alimentos para serem oferecidos as deidades em memória de seus pais e avós. Fotografei tudo.Mesmo trabalhando e, portanto, com um pouco de pressa saí do templo sentindo muita paz. Paguei o dobro ao Habi ( na foto à direita, ao lado da coreana de máscara, junto à Bodhi Tree),que ainda comprou uma meia nova para mim, pois ao retornar ao guardador de sapatos (Shoes House), tinha as meias brancas totalmente pretas e enlameadas.São 22h, lá fora está escuro. Escrevo na Lan House do Shiva Hotel. O melhor da cidade. Mas não consegui apartamento aqui. Nem consegui ir ao Mosteiro de monges do Butão,como pretendia, pois precisava ganhar tempo. Queria meditar com eles. Assim, aceitei ficar numa guest house pertencente ao Hotel Shiva, as uns 1000 metros daqui. Quarto simples, agua fria (quente, só no balde) e pelo visto sem roupa de cama. Pela primeira vez tive que usar o espelhinho emprestado da Fátima. Não havia um no quarto. Há mosquito. Vou ter de inaugurar nesta noite o repelente.Amanhã retornarei a Gaya, mas não sei ainda o que fazer. Preciso descer para o Sul, mas não há trem nem avião de Gaya ou Varanasi. Preciso estudar uma solução. Voltar a Delhi e, de la tomar um trem para o Sul significa três dias viajando. Vou pensar.A India continua me impactando e me surpreendendo. Que viagem. Que aprendizado. Deus me ajude. Hare Krishna.




14/01/06 – Noite fria e a dura viagem para o leste

Comecei o dia ainda em Bodhgaya, após uma noite bem dormida no pequeno quarto da Shiva Guest House. Não tinha idéia das surpresas que viriam depois. Na noite anterior sai do Ciber Café doHotel Shiva às 21h20, quando não havia mais nenhum comércio aberto, a rua estava semideserta e não havia luz na cidade - só a da Lua, um lindo espetáculo realçando a beleza do Mahabodhi Temple. Pedi então ao gerente do hotel que providenciasse alguém para me guiar até a Guest House, pois, apesar da Lua, estava escuro. Ele próprio me conduziu até lá.

Na manhã deste sábado voltei ao Mahabodh Temple e assisti ao final das celebrações dos monges e outrpos budistas da Cagiupay Sangha, com a presenca de milhares de exilados tibetanos. O café da manhã que tomei no Shiva Hotel, não me fez bem. Mas superei o problema antes de embarcar de volta a Gaya, a bordo de um simples riquixa, lotado com 8 pessoas (o motorista sobre as coxas de dois passageiros!)

Cheguei as 13h na estação de Gaya e enfrentei uma maratona de três filas e duas horas apenas para comprar uma passagem de trem para Calcutá. Esta cidade, no extremo leste da Índia, não estava no meu roteiro, mas tive que incluí-la por falta de melhor opção para descer para o Sul. Voltar a Delhi seria pior. Tive que me contentar com uma passagem no vagão Sleeper (segunda classe), pois não havia mais bilhetes na primeira. Após obter meu ticket, passei toda a tarde dentro da estação, alimentando-me apenas de pepsi-cola e maçã. Só sai uma vez, logo retornando, pois a poeira em qualquer rua das pequenas cidades da Índia e algo infernal. Poeira e buzina. Meu trem deveria sair as 21h30. Só chegou a Gaya às 4h da madrugada seguinte.

Para mim foi uma longa noite de frio, pois as áreas semi-fechadas da estação foram logo ocupadas por passageiros, pedintes etc, que chegam em grupos e armam suas “camas” no chão, espalhando lençóis e travesseiros trazidos em um bolsa suplementar. Os atrasos são comuns e as pessoas chegam as estações equipadas para enfrenta-los.Para sorte minha, às 20h, quando voltei a Inspetoria da estação para saber se o trem estava no horário, encontrei o Gilles, um canandense de 47 anos (foto à esquerda) ,que está pela terceira vez na Índia pela terceira vez. Uma pessoa gentil, sorridente e tranquila que muito me ajudaria. Ele é professor de Yoga em Montreal, no Canadá, estava vindo de Bodhgaya com destino a Calcutá. Dessa vez sua intenção é ficar 6 meses na India. Giles costuma trabalhar 4 meses em sua cidade (complementa a renda fabricando e vendendo artesanato), junta dinheiro e depois sai pelo mundo. Seu plano atual: passar 1 e meio circulando pela India, Paquistao, Bangladesh, Irã, Tailândia, Vietnã e Europa.

O Giles me passou muitas dicas sobre os indianos, Calcutá e sobre o sul da Índia. Ele também vai visitar o ashram de Sai Baba, mas nao agora. Viaja o tempo todo de trem e, quase sempre, na segunda ou na terceira classes para economizar. Enquanto esperávamos o trem, conversamos também com um indiano que mora nos Estados Unidos. Mais dicas.Quando finalmente o trem chegou, foi grande o impacto de usar a segunda classe. Cabines mais apertadas que as da primeira classe, com seis camas em três niveis, mais tres camas laterais no corredor e total ausência de ar condicionado. Frio, muito frio na madrugada. Uma confusão, um aperto, muita gritariaI. Fiquei acomodado na terceira berth lateral, a mais alta. Tive que usar toda a saúde para, no meio do empurra-empura, colocar as mochilas lá em cima e saltar para cama suspensa, de apenas meio metro de largura e 1,5 metro de comprimento.


Ao acomodar-me, senti-me no paraíso. Lá embaixo a confusão aumentou ainda mais, pois muitos passageiros, inclusive eu e o Gilles, tomamos o vagão errado. Troca-troca enquanto o trem corre. Ainda bem que o fiscal autorizou-me a continuar na mesma berth, pois estava livre.

15/01/06 - Oh! Calcutá!

A viagem foi longa e cansativa: 12 horas até Calcutá, com o trem parando a cada meia hora. Só cochilei, encolhido. Depois, sentado, pois a bagagem não me permitia estirar as pernas. Dessa vez, só água e biscoito que comprara antes. Tenho tomado chá com chocolate oferecido nas paradas por vendededores que entram no trem. Mas na noite anterior, em Gaya, tive oportunidade de ver um vendedor preparando a bebida e achei melhor não mais arriscar. Calcultá é uma grande cidade, mas num final de tarde de domingo não era possível comprar passagem de trem para para Hyderabad, conforme roteiro que eu e o Giles planejamos no trem. E eu estava tão cansado que já decidira ficar duas noites na cidade. Como veremos no dia seguinte, mais uma vez as circunstâncias ocorrem para me beneficiar, gracas a Deus. Fizemos algumas fotos na estação. Tomamos um táxi e fomos para a área da Sudder Street, perto do Museu da India, onde há hotéis baratos e médios. É um ponto de concentração de estrangeiros, numa boa área da cidade.

Com a mochila nas costas, saimos, eu e o Giles, cotando precos. Eu queria ficar e fiquei no Capital Guest House, o primeiro que encontrei e que é recomendado pelo The Rough Guide to India. O Giles achou caro (12 reais o apartamento de solteiro) e foi para o Paragon. So nos reencontramos no dia seguinte. No Hotel tomei o melhor banho gelado de minha vida. O cansaço era enorme, a sujeira mais ainda. Aproveitei para pedir lavagem de roupa. Prometeram-me entregar amanhã à noite.

Depois disso, sai para jantar. Minutos após deixar o hotel, sou abordado por um senhor que me oferece maconha e haxixe. Dispenso-o . Seria o único a me abordar nestes termos, apesar da área atarir traficantes que vêm oferecer seus “produtos “ para jovens turistas.Jantei num restaurante na mesma rua, bem acolhedor e, ao que tudo indica de propriedade de um brâmane. Enquanto jantava, com outro estrangeiros, o garçom acendeu incensos, fez rituais para imagens de deidades penduradas na parede e, diante do oratório de Kali, usou incenso em pó e encheu a pequena sala de fumaçaa perfumada. Depois, um brâmane apareceu com uma lamparina (acesa durante os rituais nos templos) e que ao cair da tarde é levada para lugares públicos, a fim de “abençoar” devotos. Pessoas põem, a mão na chama, o brâmane faz orações e unções na testa da pessoa, entrega alguns grãos e o fiel deixa algumas rupias na bandeja. Na rua, pessoas fazem rituais num oratorio ao lado do restaurante. Comi bem e, cansado, vou dormir como um anjo.


16/01/06 – Contrastes e ciladas da metrópole

Acordei às 8h e com a intençãoo de ir direto para Bangalore, no Sul, de avião. Ir de trem seria um sufoco e iria complicar o meu roteiro. Até aqui cumpri tudo o que planejei, mas talvez tenha de cortar minha ida a Pondicherry, onde está o ashram de Aurobindo. Na saída fui abordado pelo dono do hotel. Queria saber meus planos de embarque e disse que eu poderia comprar a passagem aérea na própria agência do pequeno hotel (pertence ao filho dele, Umest). Poderia fazê-lo dentro de meia hora. Aproveitei para ir tomar café no mesmo restaurante da véspera e cotar o preco de passagens em agências vizinhas. Acabei fechando negocio com a agência do hotel, na verdade eles trabalham para uma agência maior na mesma rua. Insisti e paguei com cartão Visa (ninguém recebe o meu Diners aqui). Passagem cara, comparada ao trem (o melhor transporte tradicional na India, apesar de tudo): 130 dolares, ou 270 reais, pela Deccan Airlines, uma companhia de vôos baratos. Mas vale a pena, pois vou ganhar dois dias e poupar um pouco minhas energias.

Embarcarei amanhã as 12h40. No pacote da agência, já está incluido o carro para o aeroporto.Resolvido isto, fui ao hotel do Giles (ele havia me procurado no Capital Guest House, enquanto eu estava fora). Lá estava um bilhete seu para mim. Encontrei-o em seguida numa Lan House e resolvemos fazer o nosso próprio roteiro por Calcutá. O hotel me oferecera carro e motorista particular por 15 dólares. Fomos de metrô (que existe aqui é limpo, mas não pode ser fotografado) ao templo de Kali ( a deusa que vela pela cidade. Calcuta quer dizer Templo de Kali), onde uma multidão formava fila para entrar num lugar supreendente. Trata-se do mais antigo templo de Kali do país Se não estou enganado, o lugar surpreendeu Gandhi, que ficou chocado e entristecido ao ver o volume de sangue de animais sacrificados à porta. Os sacrifícios de cabras continuam, mas a maioria das pessoas leva oferendas de guirlandas e comidas, inclusive côcos, cuja água e deramada à porta do templo.


Encontramos um cara que nos apresentou a um brâmane (talvez ,falso brâmane) que,rapidinho nos levou ao interior do templo, furando a fila. Fez orações, nos deu incensos e rosas para oferendas. Deixamos os sapatos numa lojinha. Na volta tive que jogar as meias enlameadas na rua. No final, o tal brâmane queria uma doação de pelo menos 2000 rupias para o templo. Dei 500 (uns 25 reais), a contragosto. E fiz algumas fotos numa área onde fiéis se banham num tanque de águas dos rios sagrados (suja !). Dentro dos templos hinduístas nunca se pode fotografar. Depois disso fui visitar a instituicao das Missionárias da Caridade, de Madre Teresa de Calcutá (foto à esquerda), ao lado do templo de Kali. Estava fechada, em horário de almoço. Fotografei por fora, incluindo a multidão de pobres que continua a ser amparada pela instituição.

Voltamos ao metrô e fomos para o Memorial Victoria (foto à direita) , um lindo palácio imperial, do tempo dos ingleses, fechado nesta segunda-feira. Mesmo assim, havia uma fila enorme de pessoas comprando ingressos apenas para passear nos jardins. Preferi dar uma volta de carruagem no parque em frente. As fotos contra o sol não ficaram boas. Já no final do tarde, fomos a um bom restaurante, na área do Parque Elliot, comemos comida israelense (ou seria grega?) - chamada pita. Fui rapidamente a uma das boas livrarias e a uma casa de Cds e DVds e voltei para a área do meu hotel.Calcuta e uma cidade enorme. Tem aparência ocidental na área central, mas o toque indiano está na pobreza da periferia, nas pessoas andando até mesmo nuas nas ruas, no trânsito caótico, feito por luxuosos automoveis Ambassador (a frota amarela de taxis e imensa), ônibus e bondes caindo de velhos. No centro, nenhum autoriquixas. Em compensação, há riquixas com tração humana. Isto mesmo: carruagens puxadas por homens muito pobres, uma caracterista única da cidade.

Enquanto escrevia estas anotações, ouvi vozes de dois rapazes, falando em português. Eram jogadores de futebol, cariocas, ex-Figueirense de Santa Catarina, que estão jogando em Goa (no time Salgoa Cars). Fiz entrevista com o Bruno, um deles. Estão em Calcutá para uma partida. O esporte nacional aqui e o Criquet. Mas o futebol é paixão também em Calcuta e Goa. O Bruno, de 23 anos, está chocado com a vida aqui. Fala diariamente com o Brasil, às vezes durante 5 horas. Seu amigo estava à procura de alguma droga. Daqui a pouco a Lan House vai fechar. Sâo 21h15. O canadense Gilles ,que foi ao seu hotel, já retornou. Vamos jantar. Amanhã certamente terei novas surpresas.

[No próximo relato, Bangalore, Puttaparthi (ashram de Sai Baba) e Goa. Para ler os registros sobre Delhi, Rishikesh, Agra, Fatehpur Sikri e Varanasi consulte as Notas do Arquivo]
[Estas anotações informais complementam a reportagem do site www.planetajota.jor.br ]